à toa...
Que posso fazer ? tenho um marido muito amigo e generoso, bom pai, mas.....possessivo até ao limite."
Minha Amiga,
Assim não dá para a ajudar!
O que significa possessivo até ao limite?
Não lhe dá espaço para ser um ser humano completo? Não a deixa ter amigos? Não lhe permite ter opiniãos próprias?
Como vê, não publiquei nada que a identifique e por isso espero aqui, no nosso cantinho que me escreva e envie mais elementos para podermos ajuda-la.
Depois de ler as suas breves palavras, que me pareceram escritas a medo, fiquei a olhar para a sua mensagem e pensei que algo não bate certo.
Se se sentisse feliz, com esse marido tão amigo, generoso e bom pai, porque escreveria desta forma, como quem pede desculpa pelo desabafa?
Aqui está a salvo, coberta pelo anonimato e se quiser, eu e todos os outros que como pode verificar têm ajudado através dos comentários, ficamos à sua espera.
Um grande abraço.
P.S.
Tenho recebido vários emails enviados para este blog, de mulheres que pedem o anonimato e dizem que o exemplo da Ana, e da ajuda que lhe tentámos prestar as incentivaram a desabafar e a pedirem também ajuda.
A todas e a todos asseguro que não publicarei no blog quando tal mo pedirei, o que tem acontecido, mas estou à vossa disposição para ajudar.
Não se esqueçam que eu sou "Especialista em coisa nenhuma" e apenas posso dar-vos o que a experiência da vida me deu a mim.
Olá!
Este desafio é sem dúvida muito interessante. Sou mãe de um menino e desde que o meu filho nasceu a nossa rotina (minha e do meu marido) mudou drásticamante.
Lógicamente, não me arrepende de ter tido um filho, ainda mais que este filho foi planeado e muito desejado.
Acordo às 06h, saio de casa ás 7:45, deixo o meu filho na creche, deixo o meu marido no trabalho e vou trabalhar. Saio da empresa ás 18h00, vou buscar o meu filho, vou buscar o meu marido, vamos ao supermercado (para compras diárias), chego a casa tenho tudo muito desarrumado. Queremos brincar um pouco com o nosso filho. "Domésticamente" tenho que dar um jeito à casa, para manter a coisa minimamente habitável. Marido dá banho ao meu filho, eu preparo o jantar, ponho roupa a lavar, ponho roupa a secar. Tentamos adormecer o meu filho (o que é cada vez mais tarde). Finalmente está a dormir, jantamos.. São 23h e qualquer coisa... fazer amor? Sinceramente, nem sempre tenho disposição. O cansaço vence-me.
O blog é muito interessante, continue.
Sofia,
Transcrevi o seu comentário por ser um exemplo igual de tantas e tantas mulheres que por aqui passam.
Quando pensamos na baixa natalidade no nosso pais e respectivo envelhecimento da população, as razões são por demais evidentes.
O aumento do custo de vida torna a decisão de ter um filho numa prova de esforço financeiro.
E com a falta de apoios que existem, ter mais do que um filho começa a ser verdadeiramente difícil.
Gostava de saber, quando a Sofia e o seu marido caiem na cama, se conseguem sequer conversar, quanto mais!
E claro que o tempo, sinto muito dizê-lo, não vai trazer acalmia bem pelo contrário.
Acredite que esta é uma óptima fase, porque quando ele chegar à idade de sair à noite com os amigos, garanto-lhe que você não prega olho!
Mas, tudo vale a pena por um filho, disso eu tenho a certeza.
Só que momentos a dois, clima mais intimo e algo mais torna-se muito complicado.
Pelo cansaço, depois pela rotina mais o cansaço, depois juntam-se todos os problemas materiais.
Não se esqueça nunca, minha amiga, que é igual para toda a gente.
E que os poucos que têm dinheiro para conhecerem outro tipo de vida, nem por isso são mais felizes ou têm relações mais duradouras.
Um grande abraço e de vez em quando peça a uma das avós para o seu filho pernoitar lá em casa. Se puder, claro!